sábado, 10 de agosto de 2013

O MEL, TRADIÇÃO E LENDA


A tradição e a lenda conferem ao mel qualidades únicas, desde afrodisíaco a elixir da juventude. De facto, o mel fornece pouco mais do que energia, sob a forma de hidratos de carbono simples.


recolha do mel
O mel é produzido pelas abelhas a partir do néctar das flores ou de exsudações naturais doces colhidas nos caules e folhas de certas árvores, e é principalmente constituído por uma mistura de água e dois açúcares simples, a frutose e a glucose. Quanto mais límpido for o mel, maior será a proporção de frutose. O mel acaba por endurecer se for conservado durante muito tempo, bastando no entanto aquecê-lo para que fique novamente mais líquido.

O mel fornece quantidades insignificantes de nutrientes, mas mesmo esse teor mínimo faz dele uma opção mais saudável que outro açúcar qualquer, refinado, que contém apenas calorias «vazias» 288 cal. Por 394 cal. Por 100g.1/4 do seu volume é água. No entanto é mais denso, e mais pesado que o açúcar, uma colher de sopa de mel pesa mais do que uma colher de sopa de açúcar, a sua substituição deve ser feita por peso, e não por volume, para que não forneça mais calorias. O seu sabor depende das regiões e plantas de onde as abelhas recolhem o néctar.

O mel pode conter toxinas naturalmente existentes nas plantas. Ex: rododendro pode provocar paralisia, o mel produzido pelo néctar de plantas como a tasneirinha pode conter alcaloides.

                                PROPRIEDADES “MEDICINAIS” DO MEL

  O mel conserva a sua reputação, como remédio, para tratar problemas respiratórios, Ex: constipações com a presença de expetoração, também, dizem que é antissético_ Os Gregos e os romanos diziam-no capaz de curar feridas_ diz-se também que é descongestionante. Tal como o açúcar tem um efeito ligeiramente sedativo, além disso, o líquido adoçado estimula a produção de saliva, que acalma a secura e irritação da garganta.

                                   O MEL ATRAVÉS DOS TEMPOS

O mel, a que os Gregos e Romanos chamavam «ambrósia» era considerado um alimento “digno dos deuses”. Na mitologia grega, o jovem Zeus, foi, salvo de seu Pai, Cronos, criado em segredo pelas ninfas Adrasteia, Amalteia e Melissa, estas alimentaram-no com mel e leite.

Muito antes de ter sido introduzida a apicultura, o homem da Idade da Pedra aprendera a apreciar o mel das abelhas selvagens, e na antiguidade, os Egípcios, Persas e Chineses conheciam-lhe o valor. Com mel fermentado e água, os Celtas e os Anglo-Saxões preparavam o hidromel, a sua bebida revigorante. O rei Salomão recomendava-o, e a Bíblia refere-se a terras onde corria o leite e o mel. Na Europa, até meados do século XVII, o mel, era o adoçante do povo, estando o açúcar reservado à nobreza e ao clero. De acordo com as despesas da ucharia (despensa) do rei D. Dinis de Portugal, o preço do açúcar era cerca de 50 X superior ao do mel.

                              CULTURA DE ABELHAS


colmeia de madeira
A apicultura “arte de domesticação e criação de abelhas para produção de mel, remonta a épocas longínquas e imprecisas da Antiguidade. Sabe-se no entanto que na Grécia, em especial na Jónia e em Creta, e também em Roma a cultura das abelhas era uma atividade a que eram dedicados os maiores cuidados.

     Conforme o clima, variam os sistemas de cultura, que pode ser fixista, com colmeias de palha, barro, ou troncos escavados de casca de sobreiro (cortiça), como em Portugal, ou mobilista, sistema que já os Egípcios conheciam e utilizavam, no qual se usa em regra a colmeia feita de madeira.

 

Fonte: ALIMENTOS BONS, ALIMENTOS PERIGOSOS; seleções do Reader`s Digeste.

Coimbra, agosto de 2013

Carminda Neves