sexta-feira, 11 de abril de 2014

HOMICÍDIOS NO BRASIL REPRESENTAM 10% DO TOTALMUNDIAL

O Brasil registou 50.108 homicídios em 2012, o equivalente a 10% do total mundial no mesmo período, revela um relatório da ONU divulgado esta quinta-feira.
Manifestação dos movimentos sociais em frente ao Fórum Cível de Marabá, no Pará, contra os assassinatos. Foto: Mídia Ninja (CC BY-SA)
O estudo observa que o continente americano apresenta historicamente índices de violência entre cinco a oito vezes mais altos do que países dos continentes europeu e asiático.
O relatório, de Gabinete das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC), contabiliza 437 mil pessoas assassinadas em 2012 em todo o mundo, uma média mundial de 6,2 homicídios por 100 mil habitantes.
No Brasil, a taxa de homicídios ficou em 25,2 pessoas por 100 mil habitantes, o mesmo grupo de países africanos como a Nigéria e o Congo.

MULHERES NA HISTÓRIA

Num mundo que nem sempre valorizou a contribuição feminina, algumas mulheres assinalaram a diferença. Enfrentaram preconceitos, combateram a descriminação.                                            
       Da política à ciência, passando pelas artes, elas andam a mudar o mundo desde o início dos tempos. O reconhecimento porém só começa a emergir no século XIX, com a primeira vaga da emancipação da mulher.
                    PELO DIREITO DE VOTO
Kate Sheppard
Uma das maiores batalhas femininas foi travada pelo direito de voto que, em todo o mundo, gerou vários movimentos. U m dos primeiros foi liderado pela britânica Kate Sheppard (1847-1934) e levou a que, em 1893, a Nova Zelândia se tornasse o primeiro país a garantir o sufrágio universal.

      Em Portugal: A primeira lei eleitoral da República Portuguesa reconhecia o direito de votar aos «cidadãos portugueses com mais de 21 anos, que soubessem ler e escrever e fossem chefes de família».
Carolina Beatriz Ângela
Carolina Beatriz Ângelo (1878-1911) viu nesta redação da lei a oportunidade de a subverter a seu favor, dado que, gramaticalmente, o plural masculino das palavras inclui o masculino e o feminino. Viúva e com uma filha menor a cargo, com mais de 21 anos e instruída, dirigiu, ao presidente da comissão recenseadora do 2º bairro de Lisboa um requerimento no sentido de o seu nome «ser incluído no novo recenseamento eleitoral a que tem de proceder-se». A pretensão foi indeferida pela comissão recenseadora, o que a levou a apresentar recurso em tribunal, argumentando que a lei não excluía expressamente as mulheres. A 28 de Abril de 1911, o juiz João Baptista de Castro proferia a sentença que ficaria para a História: «Excluir a mulher (…) só por ser mulher (…) é simplesmente absurdo e iníquo e em oposição com as próprias ideias da democracia e justiça proclamadas pelo partido republicano. (…) Onde a lei não distingue, não pode o julgador distinguir (…) e mando que a reclamante seja incluída no recenseamento eleitoral. Assim, a 28 de Maio de 1911, nas eleições para a Assembleia Constituinte, Carolina Beatriz Ângelo tornou-se a primeira mulher portuguesa a exercer o direito de voto. Não sem um pequeno incidente, que a mesma relatou ao jornal A Capital: «No final da primeira chamada, o presidente da assembleia de voto, Sr. Constâncio de Oliveira, consultou a mesa sobre se deveria ou não aceitar o meu voto, consulta na verdade extravagante, porquanto, estando recenseada em virtude duma sentença judicial, a mesma não tinha competência para se intrometer no assunto».

      O seu gesto teria como consequência imediata um retrocesso na lei: o Código Eleitoral de 1913 determinava que «são eleitores de cargos legislativos os cidadãos portugueses do sexo masculino maiores de 21 anos ou que completem essa idade até ao termo das operações de recenseamento, que estejam no pleno gozo dos seus direitos civis e políticos, saibam ler e escrever português, residam no território da República Portuguesa». Morreu nesse mesmo ano a 3 de outubro de problemas cardíacos com apenas 33 anos.
Susan B. Anthony (1820-1906) começou por destacar-se no movimento pelos direitos das mulheres nos E.U.A.. Criança precoce, começou a ler e a escrever aos 3 anos. Aos 52 foi presa por se ter atrevido a votar nas eleições presidenciais norte - americanas. Acabou por se tornar na Iª mulher a merecer um retrato numa moeda em circulação nos E.U.A. Infelizmente, não viveu para assistir à vitória. O direito de voto feminino nos E.U.A. foi consagrado em 1920. No mesmo período, na Europa, ficaram conhecidos em todo o mundo os movimentos das suffragettes. Entre estas mulheres de coragem, destacou-se a inglesa Emmeline Pankhurst (1858 -1928). Dedicou-se à defesa dos diretos femininos, mas não beneficiou do resultado da sua árdua batalha. Morreu três semanas antes da aprovação da lei que concedeu o voto às mulheres com idade superior a 21 anos no Reino Unido (1928)

             PELA CIÊNCIA     

Marie Curie (1867-1934) desenvolveu investigações que moldaram o mundo para como hoje o conhecemos.
Marie Curie

Nasceu na Polónia, Maria Salomea Skfodowska, naturalizou-se francesa e Curie por casamento. Foi a Iª mulher a receber um prémio Nobel e foi até hoje, a única pessoa a ganhá-lo em duas categorias: Física (1903) pela investigação revolucionária sobre radioatividade, e Química (1911) pela descoberta dos elementos rádio e polónio (este ultimo, batizou-o honrando p país natal)
Aquela que foi a Iª professora na Universidade de Paris, comprometeu-se cedo com a ciência e por ela deu, literalmente, a vida. Em 1934, cedeu a uma anemia aplástica provocada pela exposição à radiação e tornou-se a Iª mulher a ser sepultada no Panteão Nacional de França.
   
Amalie Noether (1882 – 1935), a alemã que Albert Einstein considerou “a mulher mais importante na história da Matemática”. Educada para ser pianista e professora de línguas, ficará na História pelas suas contribuições no campo da Física teórica e álgebra abstrata.
        
             PELA IGUALDADE
Helen Keller

Helen keller (1880 – 1968). Norte-americana ficou cega e surda aos 19 meses, o que não a impediu de se tornar uma célebre escritora e filósofa. Foi a Iª mulher a obter um bacharelato nas suas condições, provando que as carências sensoriais não impedem o sucesso. Ficou conhecida por devotar a sua vida aos outros. Legou ao mundo o centro Helen Keller, ma das principais organizações sem fins lucrativos, dedicada à prevenção contra a cegueira e subnutrição.

Rosa Parks
Rosa Parks (1913 – 2005). Ativista afro-americana que o congresso dos Estados Unidos designou como “a Iª senhora dos direitos civis”. É ainda hoje lembrado o dia em que recusou ceder o seu lugar num autocarro a um passageiro “branco” em Montgomery, Alabama. Este ato de desobediência contra a segregação racial, que culminou com a sua prisão e deu origem a um boicote aos autocarros da cidade, constituiu o símbolo do movimento moderno pelos direitos civis nos E.U.A. Mais tarde liderado poe Martim Luther King.
  Rosa Parks morreu em 2005 e foi a Iª mulher cujos restos mortais estiveram em Câmara ardente no Capitólio norte- americano.

               PELA INDEPENDÊNCIA
Helena  Rubinstein

Helena Rubinstein (1870-1965) polaca, criou um império a partir do nada. Emigrou para a Austrália, em 1902, sem dinheiro e pouco inglês, criou uma das primeiras empresas de cosméticos do mundo, com produtos que misturavam a gordura da lã das ovelhas, com flores de cheiro. Dez anos depois possuía uma cadeia de lojas internacional e converteu-se na Iª milionária a seu próprio mérito.

 
 Antónia Adelaide Ferreira (1811-1896). Mais conhecida por Ferreirinha, esta empresária, que ficou viúva aos 33 anos, dedicou-se à produção de Vinho do Porto e destacou-se pelas notáveis inovações que introduziu no processo de cultivo.
Ferreirinha
    Ferreirinha lutou contra a falta de apoios dos governos e enfrentou as doenças da vinha. Em 1849 a sua produção de vinícola era já de 700 pipas de vinho. Quando faleceu em1896 deixou uma fortuna considerável e perto de 30 quintas.

É sempre ingrato listar as mulheres, que ao longo da História e na sua época se destacaram por feitos importantes. No entanto, a memória encarregou-se de fazer perdurar alguns nomes que, pelo exemplo ou simbologia, representam os milhares que ao longo dos tempos se recusaram a ser diminuídas em função do seu Género.


 Fonte: Jornal o Público
           Wikipédia, a enciclopédia livre.
    
 Abril de 2014

   Carminda Neves