sexta-feira, 19 de junho de 2015

ALMEIDA GARRET


De seu nome completo João Baptista da Silva Leitão de Almeida Garrett,
Nasceu na cidade do Porto no ano de 1799 (e não no ano de 1802 como ele próprio diz na sua autobiografia) publicada no «Universo Pitoresco»
Almeida Garrett participou na revolução liberal de 1820, de seguida foi para o exílio na Inglaterra em 1823, após a Vila-Francada. Antes casou-se com uma muito jovem senhorita Luísa Midosi, que tinha apenas 14 anos. Foi em Inglaterra que tomou contacto com o movimento romântico, descobrindo Shakespeare, Walter Scott e outros autores e visitando castelos feudais e ruínas de igrejas e abadias góticas, vivências que se refletiriam na sua obra posterior.
ALMEIDA GARRETT
Regressa a Portugal.
  Passos Manuel, presidente do governo saído da revolução, considerava-o um dos homens políticos da sua maior confiança. E assim deu-lhe o ensejo de criar obras verdadeiramente extraordinárias no seu tempo: o Conservatório de Arte Dramática, a Inspeção Geral dos Teatros, o Panteão Nacional e a construção no Rossio de Lisboa, no lugar dos antigos paços da inquisição, do Teatro Normal, hoje Teatro Nacional de D. Maria II, que em sua memória se chama justamente por Casa de Garrett.
  Mas como afirma um dos seus biógrafos: «Ao Teatro não bastava o edifício nem a Inspeção. Eram-lhe sobretudo necessárias peças para representar». Por isso Almeida Garrett não hesitou e pôs a sua pena e o seu talento ao serviço do teatro.
  Foi então que, depois de um êxito com «Um Auto de Gil Vicente». Representado no Teatro da Rua dos Condes em 1838, e do entusiasmo popular suscitado pela apresentação em público dos dramas «Amor e Pátria» e «Dona Filipa de Vilhena». Almeida Garrett estreou, em plena atmosfera de euforia teatral, e também no teatro da Rua dos Condes, «O Alfageme de Santarém ou A Espada do Condestável» (era uso e costume, nessa época, as peças terem simultaneamente dois títulos.
  A representação desta peça, onde Garrett pintou simbolicamente a democracia bem à sua maneira aristocrática, teve larga influência na carreira do grande político e homem de letras.
  Obstáculos de toda a natureza se ergueram contra a peça, dificultando a continuação das suas representações. E o próprio Governo acabou por demitir Almeida Garrett dos seus cargos de diretor do Conservatório, inspetor- geral de Tratos e diretor da Escola de Declamação. Isso (e uma queda que o reteve no leito quase dois meses) proporcionou, afinal, que Almeida Garrett pudesse escrever a sua obra-prima «Frei Luís de Sousa»
  Faleceu a 9 de dezembro de 1854, vítima de um cancro de origem hepática, na sua casa situada na atual Rua Saraiva de Carvalho, em Campo de Ourique, Lisboa. Foi sepultado no Cemitério dos Prazeres, em Lisboa, tendo sido trasladado a 3 de Maio de 1903 para o Mosteiro dos Jerónimos. Os seus restos mortais foram posteriormente trasladados para o Panteão Nacional da Igreja de Santa Engrácia aquando do término deste edifício. A cerimónia ocorreu em homenagem a si e a mais outras ilustres figuras portuguesas, entre os dias 1 e 5 de dezembro de 1966.

FONTE: GENTIL MARQUES; Lendas de Portugal:
         Círculo de Leitores, VOL. 2
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Coimbra, junho de 2015
    Carminda Neves




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