domingo, 5 de julho de 2015

OS GREGOS E OS PERSAS


 Os Gregos surgem, na ante manhã da História (digamos 1500 a. C.), como um daqueles erradios povos que, acompanhando os campos de pastagens, avançavam pelo sul da península Balcânica e entravam em conflito e se misturavam com a civilização egeia, que os precedera e de que Gnossos era o marco triunfal.
   Nos poemas Homéricos, essas tribos gregas falam a mesma língua e mantêm-se unidas, embora frouxamente, pela tradição comum de que aqueles poemas épicos são a expressão inspirada. As várias tribos tratam-se pelo nome comum de Helenos. Por certo, não chegaram todos de uma vez, mas em ondas sucessivas, podem distinguir-se três variações principais da antiga linguagem grega: a jónica, a eólica, e a dórica. Os Jónicos parecem ter precedido os outros Gregos, misturando-se intimamente com os povos civilizados que dominaram.
Migrações Helénicas 1000 a 800 A. C.

   As tribos helénicas conquistaram e destruíram em grande parte a civilização egeia que precedera a sua chegada, e, sobre as suas cinzas, ergueram uma civilização própria. Penetraram no mar e cruzaram, pelo caminho das ilhas, para a Ásia Menor; e passando o estreito de Dardanelos e pelo Bósforo, levaram as suas fundações até às costas do Sul e, depois, do Norte do Mar Negro. Irradiaram ainda pelo sul da Itália, a Magna Grécia, e palas costas do Norte do Mediterrâneo. Fundaram a cidade de Marselha, no local de uma colónia fenícia anterior. Deram inicio a fundações na Sicília, em competição com os Cartagineses, talvez antes de 735 a. C.
  Na retaguarda dos Gregos propriamente ditos. Vieram os Macedónios e Trácios, povos que lhe eram afins; e, pela ala esquerda, os Frígios cruzaram o Bósforo e penetraram na Asia Menor.
   Toda essa difusão de povos Gregos transcorre antes dos começos da história escrita. Pelo século VII a. C. – isto é, pelo tempo do cativeiro dos Judeus na Babilonia – os limites do antigo mundo da civilização pré helénica, na Europa, já estavam obliterados. Tirinto e Gnossos eram locais sem importância; Micenas e Troia sobreviviam na lenda; as grandes cidades do mundo grego eram Atenas, Esparta (capital da Lacedemónia), Corinto, Tebas, Samo, Mileto. O mundo a que os nossos avós chamavam a «antiga Grécia» tinha-se erguido sobre as ruínas esquecidas de uma Grécia ainda mais antiga, em muitos aspetos tão civilizada e artística como a segunda, e de que apenas hoje temos conhecimento, graças aos esforços de escavações arqueológicas.
COMBATE NAVAL GRÉCIA PRIMITIVA
    Mas a Grécia antiga mais nova de que estamos agora a tratar ainda vice fortemente na imaginação e instituições humanas, porque falam uma língua formosa e expressiva, semelhante à nossa própria língua, e porque assimilou o alfabeto Mediterrânico e o aperfeiçoou, com a adição de vogais, de modo a tornar o ler e escrever artes fáceis de aprender e praticar. Dessa Grécia pois, é que data a difusão da leitura e escrita e, consequentemente a possibilidade de se fazer a história.
   Hoje século XXI a Grécia vive momentos muito difíceis, que lhe são impostos por meia dúzia de países da atual Europa. (Países que na época em que ela já lia e escrevia) não conheciam a escrita nem a leitura, e andavam vestidos com peles de animais.

   Tem uma divida de milhões, que não consegue pagar, e que esses países sedentos de cifrões e ganancia de poder, não se dão ao trabalho de perdoar. Países cujas dívidas e horrendos crimes o mundo tenta esquecer e perdoar, (não é fácil esquecer o holocausto provocado pela Alemanha) em pleno século XX. A sua dívida “material” de guerra o mundo perdoou “metade”. Entre esse mundo estava a Grécia. Dia 5-7-2015 a Grécia vive um referendo para o seu povo poder dizer sim ou não à Europa.

 FONTE: HISTÓRIA UNIVERSAL; H. G. WELLS.
                VOLUME I
Coimbra, julho de 2015

Carminda Neves

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